Pesquisar neste blog

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MORTE LENTA AMEAÇA AMAZÓNIA

PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS E MADEIREIROS SÃO A CAUSA
Área desaparecida nos últimos cinco anos é equivalente ao tamanho de Portugal Continental.
Biodiversidade em risco
A maior floresta tropical do planeta Terra está em risco de desaparecer, resultado das alterações climáticas,
mas acima de tudo, devido à acção do homem que continua a desbastar milhares de quilómetros de árvores por ano.
A cerca de dois meses de se assinalar os vinte anos do assassinato de Chico Mendes, o principal rosto da luta
pela defesa da floresta amazónica, Ângela Mendes, filha do seringueiro brasileiro, esteve em Lisboa este
fim-de-semana para uma série de encontros com ambientalistas portugueses.
Um dos assuntos a ser abordado foi a floresta amazónica que, de acordo com especialistas do Instituto
Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) do Brasil, pode transformar-se numa savana, tal como as existentes
em Àfrica até ao final deste século. O aumento da temperatura média do Planeta em quatro graus,
previsto pelo Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas, irá provocar mudanças radicais nas
fronteiras da floresta. O aquecimento das zonas tropicais, a consequente diminuição das chuvas e o aumento do
risco de incêndios, são factores de preocupação para cientistas e ambientalistas.
"A Amazónia corre o risco de savanizar. No futuro, a floresta será uma savana empobrecida de espécies",
afirma Carlos Nobre, um dos investigadores do INPE. A floresta amazónica concentra uma em cada dez
espécies vivas do planeta Terra.
A desflorestação da Amazónia, provocada pelo abate desregrado de árvores pela indústria madeireira,
e o aproveitamento da área florestal para a agricultura é responsável por 18% do total da área que desaparece todos os anos. Sendo um dos principais países produtores e consumidores de biocombustíveis do Mundo, o Brasil debate-se com o problema da procura cada vez mais, de áreas para a
plantação intensiva da cana-do-açúcar necessária para a produção de Etanol. Tratando-se de um negócio mais
lucrativo para os agricultores brasileiros do que a própria produção de alimentos, as áreas destinadas à
cana-do-açúcar têm aumentado para prejuízo da floresta amazónica.
A solução, diz Carlos Nobre, membro do Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas,
"passa por um uso sustentável dos recursos", reconhecendo ser "muito difícil reverter o cenário actual".

Fonte - "correio da manhã"

Nenhum comentário: